Fotografia de
Günter Tauchner
E à noite, então, jogo-me ao leito.
E rompe em minha face, a fonte.
Toda a tristeza invade minha alma;
Tanto morrer nos sonhos, o silêncio.
Da noite que traga e exprime
Este amar-te que me mata e não redime
A lágrima de um canto amante.
Fecho os meus olhos...
Vejo-te ao meu lado, o mesmo riso.
O corpo imaculado, a tez serena.
A boca a me envolver o corpo;
E vejo-te nos olhos, nos teus membros.
A fonte que me aplaca me sacia
E de repente em triste agonia
Vejo que é sonho.
A madrugada me descobre insone
Lacrimejante e inerte no me leito
Com o coração a evocar teu nome
Com esta ausência que me fere o peito
E o Sol desponta doira o infinito
E um novo velho dia me desperta
No mesmo e novo lancinante grito
No não te ter
Na distância que me perde
E tendo findo os sonhos meus
E tenho um brilho de esperança
Uma vontade de rever-te, retocar-te.
Grito ao Uno por clemência
Pra me perder de amor em tua existência.