quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

S.O.S Terra




Fotografia de Hind N


O homem é filho da Terra
A Terra é Mãe e Serva do homem
No entanto, ela a destrói
Com sua ganância e consumismo
Exacerbados.
E os bons cidadãos do mundo
Permanecem calados!
Até quando
Assistiremos de braços cruzados
A destruição irreversível da nossa casa?
Minha alma grita pelas praças
E ruas nuas da minha presença física
Porém percorro no coração
Cada grotão
E meu brado é retubante
Espero que ele ecoe
Nas consciências dos homens.


Eleni

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Mundo De Alice



Fotografia de Maria Gracy




Subi ao monte, ao cimo
Volvi-me e revolvi-me e dentro
Da minha alma
Criei um mundo
Profundo
Cheio de bondades
As flores do meu peito
Fecundas, íntegras
Foram distribuídas pela estrada
Subi ao monte e avistei meu mundo
Vi homens se fortalecendo e vivendo
Amando, só amando
Felizes e completos
Risos com dentes
Todos os dentes, bem tratados
Asseados
Todos com tetos, segurança, fartura
Muita fartura
Estrutura de gente forte e realizada
Vi anciãos bem-assistidos
Por filhos
E quando sem familiares
Asilos-hospitais-clubes
Que leveza!
Vi mulheres todas belas e amadas
Caminhando de mãos dadas com seus pares
Recebendo só carinhos
Vi crianças lindas
Bem encaminhadas
Brincando e aprendendo
Exercendo o direito de sonhar
E vi Governos
Robustos e incorruptíveis.
Grandes Estadistas
Cumprindo os seus deveres que
Para tais foram escolhidos.
E vi um mundo
Maravilhoso!
Quem dera fosse de verdade
Na realidade,
Eu construí esse mundo nos meu sonhos...
Meu nome?
Alice!


Eleni

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Candelabro


Fotografia de Perla missmai




Na sala, aquela dor antiga
de um momento amigo, que findou.
Lembranças fortes se misturam
conturbam, deitam-se no carpete
e o cheio de outro corpo conhecido
repete na memória de um amante.
Das pálidas paredes nuas, descascadas
um som de passos em escada
e o batucar do coração aflito
na sala, névoas de um passado amante
do instante em que o amor se fez
e os sons das roupas que caíram
ressoam no olhar que chora.
E assim, luar prateado
o candelabro antigo, ainda ilumina...
o candelabro, testemunha antiga, amiga
que ouviu dos corpos a união, a fadiga
e os gestos de animais no cio.
O candelabro antigo, ainda ilumina...
e faz nascer recordações
no mar de um coração arfante.
E a lucerna enfraquecida que ele jorra
em fina chuva de luar, aumenta
as cinzas de um distante e longe
o eco de um címbalo perdido
e a lágrima de um corpo amante.
O candelabro crispa, incendia
a sala, onde o amor se fez e faz
voltar os vultos nus de uma alegria
de um passado que se fez. Não volta mais.
O candelabro, a sala enevoada, paredes nuas
e as lembranças a valsarem pelo chão.
O candelabro, testemunha...
O peito em amargura...
Um amante em recordação!



A.N.I.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Como Eu Te Queria



Fotografia de Ana Batista




Eu te queria agora
do teu jeito
com teu ser!
Eu te queria agora
sem pressa
sem demora! Aqui
do lado do meu peito
junto do meu corpo!
Eu te queria tanto
sem medida, em excesso
sem repentes
ao acesso dos meus braços
Eu te queria olhar
beijar a tua face
sentir a luz do teu olhar
te abraçar com meu riso
te acarinhar com meus lábios.
Eu te queria, sem formas
sem máscara
na pureza total do teu ser
na candura da tua voz
no espaço de nós dois.
Eu te queria amar
agora! Te tocar
te sentir na ponta dos meus dedos
e te amar sem medos
sem renúncias de prazer.
Eu te queria assim
tão simples
tão amante
sem palavras
sem demora
Sem murmúrios...
Eu te queria!...
Eu te desejo
e em minha boca. o beijo
espera sentir o teu
meu corpo, em vão
espera o teu
e o meu olhar derrama
por não achar o teu!


A.N.I.


Sombras



Fotografia de Tiger Law




Hei de fagar nas sombras
dos teus passos
e sob a Lua incandescente
ver teu rosto
envolto em névoas interplanetárias

Hei de tocar as sombras
dos teus braços
e sob o manto doce e terno
o teu abraço
a me envolver o corpo, a me enlaçar a alma

E hei de ter, na palma, as sombras
nas mortalhas, deste amor antigo
na escuridão, tristeza
e na garganta, pra noite uma cantiga
e ecoar nas sombras
do meu peito

E as sombras! Um caminho ao passado
na relembrança dos momentos
jorrando fontes! Iracundo ventos!
Reviverei uma ternura antiga
galgando as sombras tuas
as sobras, deste amor aventureiro

E mesmo o Sol beijando a terra
ou a esposa reluzente em festim
hei de sentir as sombras
a me correrem, os pés
e ainda agora, já passado em nós
hei de volta no andeja destas sombras
o amor em mim
que foi em ti, e agora
sombreja o meu viver.


A.N.I.




sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Caminhos



Fotografia de Michael Thompson



Caminhos de ir e vir
e voltar
o pó na cara
o pé no chão
o olhar à mão
mirar
viagens
sem miragens
buscando ancorar


A.N.I.