Minha
alma insiste em vaguear errante
Nas
lembranças passadas de outras vidas
Evocando
meu ego, ainda que inconstante
Pra
que ele encontre alegrias, se vividas.
Troco
de fé se a minha não comporta
Que
em idos tive o olhar do amor postado
Em
mim. Tua voz a me chamar da porta.
Entreaberta, que exibia o dorso oferendado
Nu. Ao meu amado, doce festim
E,
quando a dor me torna agonizante
Minha
alma foge em desespero tal
Geme,
soluça, grita e ecoa dissonante
Da
voz que solto: meu amor não retornou.
Por
descuido deixei lá o meu amor
Retido
entre uma bruma sonolenta
Pois
cá estou destemperada em torpor
Nada
daqui minha alma acalenta.
Nas
sombrias lembranças minha alma busca
Onde
ficou o amor. Por que não veio?
Em
qual das vidas o perdi? E ela se
debruça.
Tentando
encontrá-lo em febril anseio!
Voa à procura de um cheiro ou semelhança
Que
teu corpo exalava em doce cio
O teu
perfume ela persegue e não se cansa
De
te buscar desesperada, em desvario.
Velha reconheço: minha procura foi em vã
Nada encontrei, a dor dilacerante me consome
Busquei-te
pra abençoar-me. Vou morrer pagã
Sem o teu amor, e nem ao menos sei teu nome...
Autora: Eleni Mariana de Menezes