sábado, 14 de junho de 2014

O amor do caçador




Vovô me contou outro dia de um dos setenta carnavais que viveu em Salvador.
Os confetes enfeitando a cidade, todos estavam felizes de verdade.
Ali todo mundo poderia ser quem quisesse.
Prefeito, delegado, soldado, bailarina e até menina.

Vovô estava fantasiado de caçador, lembra-se como se fosse ontem.

Corria feito criança, pulava e dançava, festejando mais um carnaval.
Eis que o caçador avistou uma linda flor, e nessa flor o mais lindo passarinho.
Ele foi correndo em sua direção pra morar naquele ninho.

O passarinho se assustou e perguntou grosseiramente:

- O que você quer comigo caçador inconveniente?
O caçador meio sem graça respondeu de supetão.
- Passarinho mais bonito, eu só quero a tua mão.

O passarinho e se acalmou e então logo sorriu.

Foi pular com o caçador e o levou para o teu ninho.
Então o meu avô um segredo revelou:
- O passarinho era vovó que o vovô sempre amou.

E assim viveram felizes por mais vários carnavais!


Autor: Álisson Bonsuet

JOÃO SEM DENTE




Eu deveria dizer que tu és a mulher dos meus sonhos
em qualquer segunda feira do mês. 
Acordar lá, nós três, fruto da mente. 
Eu insistente por João sem dente.

Lembra dos barcos, e das tempestades à noite?
O pranto de açoite no maltratado coração.
Esquece e é perdão, palavra de homem.
Foi o que você me fez, te descobrir mais de uma vez.

Pra ver esses olhos, pra ser teu prazer.
Crescer de dia, criança de noite.
Querer ser teu guia, amante de sorte.
Ser um só para a morte e nunca morrer. 

Autor: Álisson Bonsuet 

VINTE E SEIS




Vinte e cinco dias depois de te conhecer e eu já queria ser você, vinte e cinco segundos depois eu já queria ter nós dois, todos os dias feijão com arroz, há vinte e cinco milésimos de mil anos atrás eu era aquele rapaz que te escrevia cartas falando sobre o meu "amor". Bem antes do meu avô eu já nascia em você, era a tua mulher, o teu homem, o teu ser. 

 Prazer, me conheça novamente, já fui o dragão que cuidou de você no oriente, te levei aos céus e te mostrei a lua, você me guiou no voo, se mostrou nua. Vinte e cinco séculos antes eu fui um tal almirante, cuidava do nosso barquinho pra ele não afundar, ligava o radinho e só, lá iá, lá iá. Vinte e cinco anos depois do nosso primeiro filho completar vinte e cinco anos ainda estávamos juntos, teus cabelos brancos, eu velho, moribundo, gritando pro mundo, imundo, que não exite amor maior, e que venha do fundo, do que o de um velho moribundo. 

 Vinte e cinco Terezas pra acabar com a tristeza de vinte e cinco centésimos sem te ver, não foram suficientes, precisei de vinte e cinco vezes você pra curar por vinte e cinco "Eu te amos" todos os sempres.
 Eu amo você há mais de vinte e seis cartomantes videntes.

Autor: Álisson Bonsuet

Après




Solidão que eu já sentia
Nestes dias de chuva
Por não ver as tuas curvas
Ora mulher, ora poesia

A pressa pra ter o pão
Pra dar a ti a minha carne
Pra mergulhar em cama nossa
E afogar qualquer saudade.

E quando tiver idade
Tal como deus criou a tarde
O resultado desta tara
Fazer alguém com nossa cara

E talvez admitir, ter que deixa-lo ir
Pra ter na vida uma paixão
E você mãe, como a minha
Novamente o faria sem mudar nenhum botão.

Autor: Álisson Bonsuet

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Naqueles Dias




Naqueles Dias 
Naqueles dias depressivos 
Seus olhos se enchiam de dor 
Naqueles dias de ódio 
Seu coração enchia de raiva 

Naqueles dias de escuridão 
Sua vida se enchia de trevas 
Naqueles dias de amargura 
Sua alma clamava misericórdia 

Mas...
Um dia conheceste  um homem
O nome dele é Jesus de Nazaré 
Não sei como , mas, a partir dali...

Meus dias se encheram de glórias 
Se encheram de vitórias 
Se encheram de amor 
Se encheram de luz !

Autor: Nicássio Bossue

Crônica para Tereza



Sorriso meigo, olhar sereno.
Tereza deixava-se derramar em amor
Porque sabia ser uma interlocutora dos Arcanjos,
na sua magnífica caminhada entre os homens.
Trejeitos leves de quem perdoa sempre...
Eu pude beber na sua fonte, suprema alegria
de ter Tereza no seio familiar e contemplar
o perfil de uma mulher singular.
Belo exemplo deixou-nos do saber, que somente uma alma
generosa traz para compartilhar com os semelhantes:
Paz, e se lhe faltavam as palavras....
ela se transmutava em Anjo para serenar
as pessoas que tiveram o privilégio
Doce mistério.
De ter Tereza, de ver Tereza, de saber Tereza.
Mais que amiga, era minha irmã
Por isso,
ficará no meu baú de saborosas recordações.
Por que?
Tereza partiu, mas imprimiu no mundo a sua marca
Que jamais se apagará.
Mudou-se, foi para um castelo reluzente
E se encontra nos braços do Pai tão sorridente!
E estaremos sempre, todos nós, seus amigos e familiares
Num eterno encantamento, abraçados.
Entrelaçados.
Mais que saudosos, apaixonados.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

Impregnados de TEREZA




Os que não conheceram Tereza ao tomarem conhecimento da sua partida
Pensando em nós que ficamos consternados, talvez digam:
Faz sete dias que eles estão sem ela...
Que pena!
No entanto, enganam-se...
Ela tinha um mágico pincel
E desenhou nas nossas almas seu sorriso, seu semblante
De uma forma tão marcante,
Que ficaram incrustados nas nossas mentes
E fica impossível para nós que a amamos.
Esquecê-la um só instante.
Com o tempo a dor diminuirá.
A saudade, por sua vez, aumentará
Então, nós estaremos com certeza
Predestinados 
Determinados
Em permanecermos
Impregnados.
De TEREZA.

Autora: Eleni Mariana de Menezes

Sou Muito Mais





Sou mais que essa velha caminhante.
Trôpega, indecisa, frágil, cambaleante.
Aprisionada em meu mundo diminuto
Oco, monótono, insípido, devoluto

Ora sou uma escritora de suspense.
Outra vez dramaturga, outra circense.
Sou bailarina russa, talvez a Pavlova
Danço com Nijinsky e ou Baryshnikov

Ora sento à mesa com Tolstói e reescrevo
Com maior arte, no meu sonho, doce enlevo
Anna Karenina. Ressurreição. Guerra e paz,
Ou os desconstruo por pirraça, se me apraz

Ainda posso ser uma famosa meretriz,
Mata Hari. Também posso viver uma atriz.
Monte Negro, ou a  bela de Tróia,  Helena
Até uma fogosa amante, Ana Bolena.

E viajo nas noites regadas de magia.
Chego a Paris e vejo que me contagia
Mona Lisa no Louvre, Então, sou ela.
O pincel de Leonardo me cria e anela.

Meus cabelos e compõe o meu sorriso
Inigualável. Apenas retrato, sem o siso.
Pouco importa. Imortal, sou valiosa.
Única. Célebre. Singular. Formosa.

Então, senhores, sou mais do que veem.
Seus olhares desnudos, mais que creem
Seus sentidos que não podem perceber
A multiplicidade magnífica do meu Ser.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

SE...?




Se ... ?
Se o casamento fosse bom 
Não existiria divórcio 
Se pecar fosse bom 
Não existiria arrependimento 

Se ter filhos no mundo que vivemos fosse bom 
não existiria prostituição, Drogas , Violência ....
Se não amar ao próximo
Sempre haverá conflitos 

Se ir à igreja sem fé , só para esquentar bancos 
É  melhor ficar em casa 
Pois sentado e sem fé não terá salvação 
Ajoelha-se 

Sai desse mundo impuro 
Que você HOMEM  transformou 
Sai das trevas e venha conhecer seu salvador 
Aquele que deu à vida  para te salvar , Seu ingrato !

Autor: Nicássio Bossue

POR ONDE?

Por onde ?...
Por aonde eu passei ....
Por aonde eu passarei...
Por aonde eu passava... 
Por aonde eu ainda não passei...

As rosas sempre ficarão vivas 
Pois aonde eu passar sempre haverá luz 
Pois aonde eu passar haverá alegria 
Pois aonde eu passar raiará a luz Divina 

Pois nesses corações cheios de amarguras 
Cheios de ódio ...
Cheios de solidão ....
Um coração ferido, sem esperanças...

Sempre um dia há de viver em paz 
Há de pular de alegria 
Há de transformar tudo aquilo em amor 
Pois aonde eu passar sempre haverá Luz, Vitória ,Amor ,Paz ....

Autor: Nicássio Bossue