sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mundo CÃO




O cão lambe o dono.
Está faminto.
O dono engole o choro e procura um pedaço
De pão
Velho.
Na lata de lixo.
‘Êta’ mundo cão!!!

Autora: Eleni Mariana de Menezes

Miligrama de verso VIII




Blá... blá... blá...blá
Anda. Vem me calar
Tapa logo a minha boca com a

TUA.

Autora: Eleni Mariana de Menezes

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Essência ?



A menina foi brincar de pique-esconde
Não sei onde
E nunca mais foi encontrada.
Os que a amam dizem que virou alada
E voou numa nota musical
De uma flauta encantada
Em pleno festival.
De inocência e dormência
Onde os sonhos são tão reais.
Que entorpecem os sentidos.
E está por ai em essência...
Tais e quais brumas de amor.
Outros, que não gostavam dela tanto assim.
Murmuram que ela simplesmente envergonhada.
Fugiu apressada
Pra não ter de enfrentar a fase adulta.
E utilizando-se de uma catapulta.
Foi jogada qual boneca de trapos.
No matagal sombrio do medo.
Deixou pra trás seus brinquedos.
Folguedos.
E virou Nada.
Sinceridade?
Sem maldade...
Não sei quais estão com a verdade.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Minha Escolha



Não sofro de solidão
'Experencio' uma liberdade que me faz tão bem pra alma...
 Por que você quis ficar só? Alguém me perguntou.
Para ser livre. Respondi.
Livre pra quê?
 Para ser Só
 Mas, ser  só por quê? Esse alguém insistiu.
 Pra poder escolher. Retruquei.
 Escolher o quê?
 Ser livre. Conclui.

Autora: Eleni Mariana de Menezes

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Amor derramado





Esses meus modos de menina Sapeca
Quando já vividos mais de meio século
Na verdade, meio século mais uma dezena
Vejam bem, não é nenhuma quinzena
De dias vividos com uma calma
Tão estranha que causa a mim que a experimenta
Inquietude.
Por que sou uma aventureira
É que cabem travessuras nas minhas cestas repletas
De magnitudes
Desconcertantes.
Não tenho nenhum receio de fazer o que quero
E espero
Que me perdoem por ser tão atrevida.
Na minha lida
Diária, pois sou uma eterna enamorada
Pela vida.
E vou revelar agora o meu segredo
Sem nenhum medo
De ele ser depreciado.
Tudo isso em mim é o tal do
Amor derramado.
Estou Dele locupletada
Verdadeiramente saturada.

Autora: Eleni Mariana de Menezes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Brinco de viver




Meu coração está repleto de amores
Que colhi durante o meu caminhar.
Transformei meus espinhos em flores
Num grandioso desabrochar
De esperanças e de alegrias.
Brinco ser a Lua namorando o Sol
E brinco ser o Sol iluminando a rica Terra.
E no compasso de tanta euforia.
Tenho refletido no olhar doce arrebol
E minha voz é de tenor quando berra
Pras Divindades a minha gratidão por Ser
Existir
E brinco que sou uma estrela
De maior brilho que reluz
E sou nuvem que derrama sobre os prados
Meu amor
E solto o meu riso escancarado.
Pra que siso?
Se a vida é breve e vai correr.
Por isso, às vezes fico séria e então, só então,
Brinco de viver.


Autora: Eleni Mariana de Menezes.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Tu sabes do meu amor.




Não há como negares
Essa cor, essa pele, esse sorriso
Esse jeito de falar e essa voz
Esse tom, esse eco de infinito.
O andar, o modo com que me fitas
Eu não me enganaria tanto.
Não, a carência não traduziria fielmente
A leitura que faço da tua pose.
Teus ares com as brisas que me inundam.
Teu cheiro com a intensidade que me causa embriaguez
De alma.
A leveza com que giras à minha volta
Roçando os teus cabelos no meu rosto
Quando finges examinar a outra.
Não precisarias chegar tão perto
Demasiadamente indiscreto
Teu olhar que sonda meu arfar irrequieto
De aflição por te amar tanto.
Tudo em ti grita e ressoa na minha mente.
Que és meu
Inteiramente.
Que sabes o amor que há em mim.
Completamente.

Autora: Eleni Mariana de Menezes.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Onde está a menina?




O espelho reflete uma face enrugada
Quando me fito estupefata.
Onde está a menina que ria
Ainda há pouco?
Pés descalços
Cabelos soltos.
Percorria como labaredas famintas
O vasto prado ao pé da casa de pau-a-pique.
E bebia garapa no alambique
Do avô Rafael.
Oh! Tempo cruel
Que tudo devora e leva pra não sei onde.
Dele ninguém se esconde.
Já foram embora
Em tristes horas
Meus avós,
Meu pai.
Minha juventude e
Minha voz 



Autora: Eleni Mariana de Menezes.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Flores na minha estrada.




A minha estrada passa pela primavera
E tem milhões de flores nela
Feita de sonho, uma fantástica quimera
Milhares de gerânios desabrocham dela
Mil Sóis. Uma gama rica de Universos
Belos. Desenho com ouro os meus versos.
E a minha tinta tem cheiro de felicidade.
É fresca. É nova tem a pouca idade
De quem nasceu no mesmo instante.
Que os vaga-lumes que piscam brilhantes.
Na dança da vida que flui como um milagre.
A minha vida, também, às vezes passa
Por verdades nuas e cruas.
Que até parecem ser um pesadelo.
De uma criança sem nenhum desvelo
E tem choro e tem birras e tem desventuras.
E patinadas nas escorregadias aflições outonais.
No entanto, prossigo com a fé de quem espera
Que o melhor retorne pra tingir os meus portais.
 E todas as minhas telas expostas na janela
Da minha vida serena e singela.
Em toda a sua plenitude. E na grande maioria
Do seu tempo, é bela
Demasiadamente Bela.


Autora: Eleni Mariana de Menezes.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Meu lado habitável




O meu lado habitável é afável
E manso é meu coração.
Sorrio com os olhos e estendo a mão
Pra quem me amar ou não
Apenas passar pela contramão
Da minha estrada povoada
De sonhos e se deixar ficar
Sentado comigo no mesmo abrigo
Da frágil ilusão de sermos eternos
E jamais precisarmos partir deste mundo.
Comungar do meu sono profundo
Dormir e sonhar o mesmo delírio
De ser infinito o amor divido com um par sem igual
E buscar o martírio de morrer por amar
Mais que pode um vivente.
E assim de repente, despedir-se da vida
E voar pro eterno
Com a leveza de alma
De quem vira Arcanjo somente
Por ter amado Mais que o humanamente
Possível e ter vivido a incrível.
Loucura de amar sem limites.
O meu lado habitável é amável
E doce o meu coração.



Autora: Eleni Mariana de Menezes