Amo
porque já me não basta não amar.
Não
me encontro na idade do tanto faz.
Tanto
que corro, corro nada, voo pra alcançar
Algumas
sobras que o tempo, à vezes, traz
Plantei
gerânios no meu jardim outonal
Pra
garantir uma nova primavera e lá vem ela
Carregar
de esperanças o meu mundo plural
E
difundir a minha arte numa tela em aquarela.
Misturo
todas as cores num abusado devaneio
Sem
medo do ridículo, sem receio.
E
me pego fazendo estripulia, quem diria?
Eu
fosse perder a compostura depois da formosura.
E
virar uma idosa ateia e inconsequente.
Uma
mulher meio anciã, meio adolescente.
E
brincar de namorar o menino sol-poente.
Numa
ciranda de “ensina-me a viver”.
Flertar
com o garoto que trata da outra
Idosa.
Quer saber?
Vai
cuidar de mim também um dia.
Hei
de encontrá-lo ainda assim meigo e
Eu,
serena
Pra
ouvir meu coração no descompasso batendo
Aflito
de amor.
Seja
como for.
Irá
sorrir pra mim, mesmo que por pena.
Autora:
Eleni Mariana de Menezes.