sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Amor Divino


Fotografia de Fátima Joaquim


E ando assim,
errante nas estrelas
buscando em outro mundo
meu sonho azul
o meu eterno riso!
E vou, em liberdade pelo espaço
vagando galáxias
suspirando aromas estelares
rosas astrais!
Tenho os meus olhos no infinito
no além da minha mente humana
meu grito é a própria força
eu sou a terra da montanha!
E vou, assim,
distante do meu corpo
deixando a minha alma se esvair
e ela se solta
ganha vida, de mim parte
e ao mais profundo céu etéreo
ganha força! Começa a subir
e sou assim,
cofre dos outros rastros cintilantes
sou camafeu, de estrelas pontilhado
meu riso ofusca o Sol
meu canto adormece a Lua!
E sou errante peregrina
nas trilhas deste espaço eterno
sou mulher, criança, sou menina
no sonho azul do céu.
No colo do Amor Divino.


A.N.I.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Viver




Fotografia de Fátima Joaquim


Sei que viver é um caminhar
a passos lentos
É ter a alma no infinito! Os pés na terra
e os sonhos soltos... aos ventos...

Sei que viver é contemplar o firmamento
é ter o olhar nos astros,
é ser amante, ser amigo do momento
em que o vagar sofrido
na praia deixa rastros!

Sei que viver é esperar na alma a alvorada
É se abrir todo e inteiro; soltar os pensamentos
ouvindo o mar doirando a madrugada
é ir adiante, vencer tantos tormentos!

Sei que viver é
destruir todos os medos
e arrebentar as portas não abertas
É desvendar da vida, os segredos.
É um existir de encantamentos...


A.N.I.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Eu Barco



Fotografia de Odogenira Ferreira

O barco estagna
Não quer mais navegar 
por águas revoltas
Volta aos cais e pára
No tempo.
No estio da vida
A vela não quer mais seguir adiante
Aos sabores dos ventos alíseos
e minuanos
Sofreu tantos revezes
Que agora sangrar não mais
Por mares desconhecidos
Permanece atracado
Preso às correntes 
Definhando
Despedaçando-se pouco a pouco
Pela corrosão da vida.


Eleni

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Cidadania


Fotografia de Pat J


Se não nos doarmos
Não teremos
Nossa alma alva
Não veremos
Nossos filhos repetirem
nossos gestos
Não hemos
De existir inteiros
Cidadãos do bem.

Se não nos doermos
Pelo nosso irmão carente
Pedinte..
Como conhecer a realidade dura
Dos necessitados?
Percebermo a aflição dos migrantes e
Excluídos?
Como
Vermos a vida do alto
Do topo
Da cidadania?!


Eleni

domingo, 18 de dezembro de 2016

Comunhão




Fotografia de Pat J

Quando meus pés fazem voos
pelas noites nas ruas
eu vejo as janelas, portas, casas
sentindo a fria luz do céu,
busco escutar a vida no detrás
das paredes frias
desbotadas pelo dia que fugiu

Às vezes surge um riso
frágil raio
que se oculta sob um choro
ou embaixo da música que
não decifro

Quando meus pés caminham
e levam meu corpo através das ruas
escuto sons, ruídos humanos
que norteiam meus sonhos e ambições
ainda clandestinos no meu sangue
contrabandistas em minha alma
e viajo como se desbravasse o mar
tendo as nuvens como ondas
a noite como navio
o corpo como maré airevir
no oceano dos homens,
água mãe humana
a afogar com afagos
nossas cabeças fartas de portos
fartas de vidas que nunca chegam


Quando anoitece
e meus pés caminham
entre casas e muros janelas e portas
e ruas
sei que estou próximo da vida
em comunhão com os seres
em comunhão com os corpos
em comunhão com o cosmo.


A.N.I.

Kaiamã





Cai a manhã na taba.
Kuyiú e Iabá
Enrolam redes
Sonho curumim ao céu..
No mato cai iapó palpita
Beija a terra
Cria o verde e verte
Do seu coração
O chão.
Kaiamã desce dos céus
É Anjo de Tupã
Pões rios e lagoas
Azul no céu e no sol
Brilhando a manã.


A.N.I.

Miligrama de Verso XXVIII



Fotografia de Patrícia Julienne.

O que fica da vida?

Só saudade

O que nos resta?

Lembranças.

O momento cristaliza

Na mente

O doce instante

Fica retido

Gravado pra sempre

Na gente.


A.N.I.

Miligrama de Verso XXVII


Fotografia de Cristina Richter

Há sempre uma dor
Pra cada amor
Um amor
Pra cada dor
Um odor
Pra cada amor
Um amor
Pra cada odor.
Eternamente dói.
Destrói e
Reconstrói
Um eterno nascedouro
De dores e amores
É a vida.


Eleni

Teus Lábios


Fotografia de Pat J.

A boca cheia
De mil beijos
As curvas dos lábios
acesas
As meninas dos meus olhos
Ficam presas
Nelas
Viajo no pensamento
E coloco sobre elas
Os meus regados
Úmidos de amor
Brasa acesa no instante
Que os meus tocam
As cheias e belas
Dos teus 
Lábios, 
Cobiçadas
Curvas 
Delineadas pelos meus dedos
Trêmulos de amor
De paixão.


Eleni

Ósculo Santo



Fotografia de Fátima Joaquim

Balcão da alma
Amor regado a ósculo Santo
Palavra árvore nascida da magia
Amor que cabe o mar e Roma 
e amo e Omã
Poesia  calma
Do âmago da alma
Então não fora calma
Mas revolta
Total redomoinho
De emoções
Poetisa aflita
Que chora nos versos que não rimam
O amor que o mar não coube
E o Universo teve de se expandir para 
Suportá-lo inteiro.
Amor maior que ninguém
Jamais sentiu.
Quando meus olhos 
Pousaram nos olhos teus.

Eleni

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Mão Invisível


Fotografia de Fátima Joaquim

Deslizo minha mão por sob
A outra invisível
E delineio as curvas no espaço
Só espaço
Sem traços físicos
Imagino que tenho um colo terno
E um ombro amigo
Acalmando meus anseios.
E brinco de ter o quanto quero
A recompensa de ser tão singular
Minha imaginação se agiganta
E sou do tamanho do meu querer
E tudo é mágico
É suave e belo
Na minha vida imaginativa
E floreada entre suspiros e sonhos
Nos teus abraços

sábado, 26 de novembro de 2016

Miligrama de Verso XXVI

Fotografia de Kais Tigre



A arte plastifica, plasma, plurifica a alma. O artista traz na palma, com calma, as linhas mil vezes revisadas e jamais terminadas.

Miligrama de Verso XXV


Fotografia de Fátima Joaquim


O Ministério da Vida
Adverte:
A vida é um Grande Mistério...
Então...
Amar é essencial à saúde.
Tocar é essencial à alegria
Cantar é essencial à leveza
Dançar faz bem para o
Corpo e para a alma.
Perdoar é primordial
Para uma Vida Feliz...

Eleni

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Eu Livro




Fotografia de Mercedes Añoto


A Palavra
lavra.
e eu
Livro ávido andante
encho com letras
Fulgurantes e vívidas
a vida
Livro infinito
de existência,
folheando gestos
planfeando gostos
larveando atitudes
Eu a palavra escrita
Soletrada e narrada
Nas bocas livres
Do ribombar
dos trovões
Caminho
Com a minha  boca livro
Repleto de 
Labaredas incandescentes
Mas com a leveza do riso 
De sonoridade 
De apaixonada eterna pelas
Palavras

Eleni

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A Tardinha

Fotografia de Buzdan Ates


A tardinha vivia
Distante do nascer do Sol
Mal ela vinha e ele se punha
Ausente também da noite
vivia no espaço
Entre o beijo e o abraço
Do Sol e da Lua

Vivia sozinha
Embora vizinha
Do poente e da Lua
Talvez até fosse
A tardinha um barco
Formando um só arco
Com a Terra e com a Lua.

Mas Deus teve pena
Da tardinha serena
Sozinha e sem festas
Pra vê-la contente
Lhe fez um presente
Gerando os poetas.


A.N.I.

Palavra





Fotografia de Suraj Ray

Amo a palavra livre
folha leve ao vento
rebento brisa
fiat lux

Amo a palavra solta
feito roupa
ao vento
no varal da boca
ao relento do corpo

Amo a palavra gesto
Pássaro de ossos e sonhos
Ave pré vento
Palavra larva
livre na boca
louca no riso

Amo a palavra sem regras
e sem 'quandos'
sem momentos

Amo a palavra catavento
ama folha solta
do firmamento da boca.


A.N.I.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Angele Dei



Fotografia de Herbert Knapp

Angele Dei
Amigo e companheiro
que a vida concebeu
na esquina do canto
na curva das cifras
no coro da vida

Se no mundo houvesse
mais anjos como tu
se a gente vivesse
cantando a vida
como tu cantas
como tu sonhas
o mundo seria mais divino
e haveria em cada homem
um sorriso menino
como o teu sorriso

Angele Dei
caminha o teu caminho
de espalhar sorrisos
de criar amigos
de cantar a vida
de viver o canto
de secar o pranto
por onde quer que vás

Angel Dei
Não fecha tuas asas
não cresça
não morra
não desapareça

A.N.I.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

AIDS


Fotografia de Fátima Joaquim

Ainda arde
o corpo

Ainda arde
a alma

Ainda arde
a vida...


Ainda há
o corpo

Ainda há
a alma

Ainda há
a vida

Ainda que haja
AIDS


A.N.I.

Magia


Fotografia de Amanda Castro


O mundo é cores
e flores
dores e frutos
dupla cara
duplo mundo
branco e negro
tudo é misto
o ser é vasto
a vida é rara
Tem-se a noite
Tem-se o dia
Tem-se o bem
Tem-se o mal
E tudo é real

Tem-se as cores vivas
Ardores
E no vasto pasto
A vida prolifera
Heras
Feras
Seres todos
Nos nascedouros
Nascentes
Na efervescência e
Reconstrutiva magia
Da criação.


Eleni

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Ode Ao Som




Fotografia de Herbert Knapp



‘Galanhos’ ganhos
A existência dos ‘fanganhos’
Mofando a democracia
Sem Paranhos
Causando a ‘mercracia ‘
Dos enganos.

‘Balanhos’ fanhos
A dormência dos ‘calanhos’
Marcando a primazia
Dos sem ganhos
Forjando a ‘plutarquia’
Dos estranhos.

‘Garganhos’ ‘mangos’
A ‘dourância’ dos ‘bandanhos’
Governando a ‘humanogia’
Dos enganos
Causando a ‘discracia’
Nos sem ganhos.

Barganos lanhos
Fanhos ganhos
Garranhos nanhos
Hemorragia
Nos estanhos
‘Balanhos’ ‘pranhos’
Ideologia
‘Mercracia’
Dos enganos.




A.N.I

A Importância do Amor



Fotografia de Buzdan Ates

Amei...Toquei e senti
Apalpei a vida com a alma
Nos dedos
Afaguei corpos como querendo ver o que havia
Além dos corpos.
Amei
Como quem ama sabendo que um
Dia vai morrer
Amei como se fora válido
A batalha
Somente por amor
E percebi que sem ele
O homem é NADA.
Sofri de amor
Mas valeu à pena
Por que quem ama sonda
A vida em todas as possibilidades
É forte. É um feixe de bambuzal que
Verga-se ao vento e
Levanta-se sem jamais
Partir-se ao meio.
É um esteio
É fonte. É um oásis num deserto
É aroma. É luz que resplandece

Enfim, é vida...

Eleni

domingo, 13 de novembro de 2016

Engôdos


Fotografia de Hedye H.


Ganhos regados
Com suores dos esfrangalhados
Mofados com a (pseudo) democracia
Crias da imoralidade política
Imperativa no mundo dos homens
Sem moral

São os fulanos soberanos
Sem paranhos 
Com engôdos
Causando a meritocracia
Das barganhas.
Imorais 
Feitas à luz do dia
Tramoias e falcatruas
Assistidas por uma  
Despudorada e insensível sociedade.


Eleni





Sob a Garoa de São Paulo no Largo do Arouche





Há que se danar de ardor
E beijar a flor
Há que sofrer de amor
Sem o menor pudor
Há que se lamentar da cor
Tinta em esplendor
Por viver assim enamorada
Chorar por ser tão feliz
E motivada pela beleza agressiva
Que essa cidade despudorada
Obriga-nos a contemplar
Sem fitar o mar
O sentimos perto
Talvez devido à brisa suave
Leve que ela repete
Na garoa e no canto presente
Do desavisado sabiá.
Que se posta no bronze “depois do banho”
Pensado ser ela um pé de qualquer coisa
Fita-me compreensivo da minha
Estupefação ante o colossal
Vai-e-vem de passos.
E ficamos nós dois
Enamorados diante da magnitude
De cidade em maresia de amor.

Eleni

São Paulo





É preciso anotar a vida
Deglutida
Engolida
Digerida
Envolvida
Embebida em São Paulo
Na própria vida!

São Paulo dorme...
Esquecidos nas pedras
Seus gigantes de aço e ferro
Engendram vidas.

São Paulo
Cidade de céu e chumbo
Céu de bronze e azul
As cores mesclam-se
Nos homens
Nos nomes.
Terra de garoa e pedras
Vida de asfalto e pressa
As coisas nascem
Nos homens
Nos nomes

São Paulo
Mundo de arte e sangue
Universo de palco e letras
O canto da vida
Nos homens
Nos nomes
São Paulo
Arte de existir.


A.N.I


Eleni

Participando o Particípio



Fotografia de Faron Salas


Sem nunca ter tido
Sido ou havido flor
Fui espinheiro
Ávida
Sou hoje o que me flui
O que me esvai
Ainda que
Sem ter jamais ferido
Não acarinhei o pássaro
Que voou
O que em mim agora rói
É o instante repartido
Entre futilidades e a inércia
Total
O instante perdido
Que o tempo me cobra
Que demais dói.



Eleni

sábado, 12 de novembro de 2016

Menino


Fotografia de Pat J.


O que fizeste menino
Com meu incerto destino
Teu riso vive surgindo quando caminho na noite

O que fizeste menino
Do meu caminho franzino
Teu olhar vive dormindo
Quando divago sozinha.

Surgiste no meu caminho
No toque da noite fria
Tua mão quente
Em meu destino
Muito mais que desatino
Deixou-me triste e contente.

No meio do meu caminho
Menino veio em sorriso
Roçou a asa em meu ninho
Fez o momento preciso.
Depois partiu com o vento
Deixou-me só as espumas
De um eterno momento
Com toques, risos e plumas.



Eleni

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Meu Lado Lobo




Fotografia de Patrícia Julienne


Meu lado lobo solitário
Está em eterna busca de um
Cordeiro frágil. Desgarrado
Da manada
Longe do redil
Meu lobo
Tem os dentes afiados
E está faminto
Boca escancarada
O pelo eriçado.
Cobiçando a carne tenra, mas viril
Fera em desespero
Recalcada
Na espreita de um leve aceno
De alguma presa
Para acalmar meu corpo lobo
Tão febril.



A.N. I.

Poemando



Fotografia de Miroca Duarte

Se maduros fôssemos
Sem nos melindramos
Talvez até nos desencantássemos
Se Gil Caetanássemos.
Tropicálias mil
Miltons e Jobins
Vinícius e Chicos
Se além dos seus sons
Ouvíssemos suas mensagens
Recheadas de boas novas
Se tivéssemos digerido
Mais suas mensagens
Teríamos amadurecido
Demais
E não teríamos agora esse gosto musical
Tão desconcertantemente tolo.
Ouviríamos mais canções
E menos guinchos e ruídos
Sem letras. Sem poemas.




A.N.I

Maria Mercês





Que todo dia
Seja-te um bom dia
Maria Mercês
Que só exista
A paz e alegria
Maria minha mãe

Quero-te sempre
Como companhia
Quero-te eterna
Tão mãe e tão minha
Maria.

Que todo dia
Seja-te um brinde a poesia
E a tua ventura
De ser criatura
Tão pura
Maria.

Que todas as noites
Tenhas bons sonhos
E sono tranquilo
De tudo estar bem
E nasça outro dia
Cheio de esperanças
Pra tua alegria
Maria

Em ti me avisto
Meus olhos contemplam
Tua face enrugada
A minha orvalhada
De lágrimas de amor
Gratidão de ter sido
Regada no ventre
Teu ventre Maria

Maria Mercês
Quero-te em meus dias
Pra serem bons dias
Todos os dias
Do resto de nossas vidas.
Maria. Maria.



Eleni

Educação




Fotografia de Miroca Duarte


Educação:
Ação de encaminhar
De transformar o Ser
E lapidar o estar
Levar ao conhecer
O Ser
E o saber
Dimensionar

Educação:
Eterna construção
Ação de elaborar
Ideias
E juntos caminhar
Como Seres pensantes
E desvendar mistérios
E descobrir
Seu próprio transformar

Educação:
Ação de amar
Ao ensinar
Tem-se o aprender e o renovar
Mais transmitir
Mais se permitir
Alargar-se.
Libertar-se
Desabrochar-se
Para realizar novas leituras de mundo
Com um novo olhar.



Eleni

Anjos


Fotografia de Miroca Duarte


Figuras radiantes
Fulgurantes
Com os olhos cheios de luz
E vida
O corpo em eterna construção
De amor
Dia a dia irradiam paz
Irmãos nascidos no esplendor
Do além do humano
Sacrossantos e benfazejos
Recintos
Descem por querer aos labirintos
Dos homens para guardá-los
Dos caminhos escuros
Apaziguarem as dores na hora
Mortes trágicas ou lentas
Que arrebentam
As células
Os corpos
Os sonhos
E os amores.



Eleni

Hay Tiempo




Fotografia de Günter Tauchner
Hay algo que hace
Todos los hombres de la tierra Hermanos;
Hay algun tiempo en que
Todos los ojos y todas las manos
Y todo el cuerpo
Si cambian em un solo cuerpo
Hqy este tiempo en que
Non hay más separácion
De colores y credos
De tierras y nacionalidads
Nem mismo de seuños
Hay, entonces, como un milagro
De lo cielo,
És como se un angel quedasse
En la tierra,
Y todos los hombres
Son un hombre apienas
Y todas las bocas
Una solo boca
Y todos los ojos se miran
Y son una solo mirada
Hay un tiempo em la vida
En que algo y alguna cosa
Hacien los hombres hermanos
És lo tiempo del dolor
Cuando en lo pecho hecho hera
Se Dolores la vida
En una angústia infinita!



A.N.I.

Arte & Vida


Fotografia de Marianne France


A arte plastifica a vida
A vida plasma a arte
Dentro de moldes pré-estabelecidos
De gente simples
Ou não. Visitam vez em quando
Almas inventivas
E desabrocham
Definidos e desenhados
Nas criativas mentes
Sementes dos artistas
Fantásticos e plurais
Resenhas
Construções literárias
Poéticas
Sinfonias
E os corações ficam mais leves
E a vida segue com
Um contemplar pasmado
Diante do belo




Eleni

Homens Que NÃO Morrem



Fotografia de Patrícia Julienne

Os homens morrem
No entanto esnobam o agora
E desperdiçam o futuro que
Derrama entre os dedos
Cenozoicos
Sazonais
De acordo com interesses meramente
Momentâneos
Os homens morrem
Alguns abrem caminhos
Criam códigos
Elucidam problemas, teoremas,
Fonemas.
Criam signos
Para darem significados às suas
Vidas
Muitas vezes à deriva
Na maré dos fatos
Meros objetos
Em uma história
Que nem sonharam
Escrevê-la
Muito menos
Vivê-la.
Poucos jamais morrem
Entram para a história
E viram
Imortais.


Eleni.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Sampando


Fotografia de Adriana Suar


Os homens gravam no bronze
E nas pedras
Heranças dos seus feitos
Feitos dos sonhos seus
Para os seus filhos
E os filhos dos filhos dos seus filhos
E os frutos dos seus frutos
Raízes dos seus troncos
Para que a morte não apague
Para que a vida seja eterna
Continuando a caminhada
Que o tempo lapidou
No bronze
Nas pedras
Nos peitos
Nos seios
Nos feitos filhos frutos
Dos seus sonhos
Arremessando
Estórias dentro da história
Própria história
De vida...



Eleni

Olhar Pequeno

Fotografia de Herbert Kenapp



O olho foca
O foco
O centro da roda
Da maré de gente
Só não examina
O epicentro
Pois não capta
A essência do Ser e
Só alcança o
In loco
Próximo e vulnerável
Não o estrangeiro
Pouco à vista
Que esconde nos recônditos
Das sombrias almas
Ficam às claras
As cenas
Demais obscenas
Gente perdida
Enfraquecida
Na gigantesca onda
Do inconformismo
E o olhar pequeno
Não vê a vida em toda a sua extensão
Por ela ser grande...

Eleni

Criação


Fotografia de Minoo

Passando a linha
Tecendo um ponto
Unindo fios
Criando contos
Compondo cantos
Enquanto fia
A vida tece e
Pinta de mil cores
Os amores
Desenhando traços
Em um compasso de
Puro amor
Vertendo pingos
De chuvas
Lágrimas e orvalhos se misturando
E a vida seguindo criando e recriando
Criaturas.
  



Passando a linha
Tecendo um ponto
Unindo fios
Criando contos
Compondo cantos
Enquanto fia
A vida tece e
Pinta de mil cores
Os amores
Desenhando traços
Em um compasso de
Puro amor
Vertendo pingos
De chuvas
Lágrimas e orvalhos se misturando
E a vida seguindo criando e recriando
Criaturas.



Eleni

sábado, 5 de novembro de 2016

A Turista



Fotografia de Susana Silva



Sou eterna turista
Do Universo e transito
Descobrindo o campo natural
E agreste desse ser em eterna construção
Os nãos?
Da vida eu os transformo em sins
Vou aos bosques
Do amor colher mil beijos
Com o corpo tátil
Sentir os aromas das flores
Que vicejam na minha alma
Enamorada
Esculpir troncos
Rochas ricas e plurais.
Misturadas de vidas vivas e brutas.
Ouvir melodiosos hinos
De composições autorais
Que brotam das minhas veias
Poéticas e sensíveis
Desvendar segredos
Dos caminhos percorridos
Ou não, deixados para trás.
Em busca de atalhos
Que os sentimentos tentam ocultar

Porém, que a vida, teimosamente, amplifica.

Eleni

Oh...O Tempo!




Fotografia de Faron Salas



Oh! Tempo que dilui as dores...
Mata os amores
Possíveis.
Os impossíveis pela própria natureza
Arrastam-se pelos anos
Indefinidamente.
Desafiando séculos de vidas.
Oh! Tempo escorrido
Que varre das lembranças
Risos despejados em frágeis momentos
Fugazes de alegria
Tal como folhas secas
Levadas pelo vento
Impiedoso tempo
Seca o corpo belo e vil
E desnatura imagens
Desenhadas pela juventude
Virtudes!
Quem há de tê-las?
Tudo se esvai e volta ao pó.


 Eleni

S.O. S Homens


Fotografia de Mairon Matos




Homens sem terra
Desvalidos.
Homens sem teto
Desprovidos
Homens sem esperanças
Sofridos.
Homens cheios de
Bocas ocas.
Desdentados
Famintos
Homens sem Governos dignos
Desgovernados
Homens sem trabalho
Desempregados
Homens perdidos
Desorientados.
Mãos estendidas, suplicantes.
Trôpegos passos. Errantes.
Olhos lacrimejantes
Lá vão eles
Por caminhos tortos
Homens sem amor
Homens mortos.
Pobres Brasis

Filhos de corruptos ardis.

Eleni

Cores & Sabores



Fotografia de Mônica Bobadilla



Se descobrisses meu olhar
De amor
Se descobrisses minhas cores
De neon lilás e vermelho sangue
Tal a paixão
Que te devoto, e, então...
Talvez não existisse a dor
De estar a tua espera em vão
Estaria a bailar contigo
A dança de um viver feliz
As noites nossas seriam festivais
De luares e astros brilhando
Nos nossos olhos enternecidos.
Seriam nossos dias cheios
De sabores divinais...
De carinhos atrevidos.



Eleni

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Renovo-me




Fotografia de Anna


Quero cantar novas canções
Dizer palavras nunca ditas
Novas esperanças benditas
Ter um novo coração!
Caminhar novos caminhos
Quero passos inovados
Nova dança do viver
Novo olhar. Novo saber.
Desenhar em minha boca
Riso novo com o frescor
De juventude e encantar
Novas pessoas.
Ter um corpo imaculado
Alma tenra e virginal
Experenciar um novo ser
E encarnar
Um milagroso renascer.
 



Eleni Mariana

Amo. Logo...Existo



Fotografia de Miroca Duarte



E de repente no meio da conversa
Um sorriso
Um olhar mais demorado
Uma palavra escapa sem querer
E põe lenha na fogueira
Do desejo
Não era pra ser assim
Não era mesmo?
Certamente o Universo há de conspirar
Com todos os amores loucos
Que nascem por acaso
Sem nenhuma razão.
E se propagam em chamas devoradoras
Que nos engolem
E nos surpreendem
Assustando-nos como se fora um grito
Da alma para o infinito
Estou amando!

Logo, existo...

Eleni Mariana

Desatino


Fotografia de Patrícia Julienne


Percorro os calabouços da minha alma
Com os pés descalços e pisando em brasas
Ando pelas estradas do meu mundo astral
Flertando fantasias e abrindo as minhas asas.
Florescem nas orlas estrelas e galáxias
E transito por elas imprimindo minhas marcas
Meu grito de amor ecoa no infinito
Sou um ser que se rebela com tudo que é finito.
Quero o gosto da eternidade nas minhas
Entranhas e boca e narinas.
Sorvo o belo tragando em doce espasmo

A vida que flui em mim em desatino.

Eleni Mariana

Junto De Ti

Fotografia de Anna



Quando estou junto de ti
Sou a ardência do fogo
Sou a tocha, sou fogueira.
Sou a água corredeira,
A correnteza bravia.
Sou o grito e o sussurro
Sou o Sol do meio-dia.
Sou uma fêmea delicada
Sou vontade. Sou o cio
Sou a noite enluarada
Sou o canto. O assobio
O entardecer. A madrugada
Sou a fonte. Sou o rio
Sou o mar. O oceano.
Sou a força da maré
O perfume da camélia

Sou menina. Sou mulher

Eleni Mariana 

Depois Da Vida


Fotografia de Anna


Mais um dia na minha vida
À procura de uma estrada
Que me resgate deste nada
Insípido.
Envergo-me a terra.
Quem me dera ela se abrisse
E me engolisse
Penetraria o chão
Estupefata, boquiaberta.
As suas entranhas
Sorveriam a minha solidão.
Deparo-me na beira de um precipício
Buscando verdades
Que não me contradigam
Um medo enorme de descobrir
Que o meu desamparo
Meu desalento
Meu sofrimento
Minha fétida ferida
Seguir-me-ão pro outro lado
Na outra vida.



Eleni Mariana

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Anjos Enamorados






Caminham ao arrebol
Na luz do Sol nascente e poente.
Saem das nuvens e descem
Celebrando a vida em toda a sua plenitude
Quem os vê?
Só quem tem a sensibilidade
De uma alma aberta aos mistérios
Do criador da criação
Ouvem o ruflar de asas
E um burburinho de cantos e risos
Que brotam de suas
Gargantas sacras quando se aproximam
Dos humanos.
Enamorados.
Eu já os ouvi.
Em revoadas
E sempre que preciso
Falo com o meu e quando o invoco
Ele vem sem demora
Acudir-me.
Pedi uma vez o meu em namoro
E sem titubear ele me respondeu.
Sim...
E por toda a Eternidade.



Eleni Mariana de Menezes

Volta Ao Lar




Fotografia de Monica Bobadilla



Chego vagarosamente
Adentrando a casinha azul
Feliz. Serena
Meu pai me abraça alegre
Minha mãe chora de felicidade ao
Ver-me ali plantada na soleira.
Estou inteira, agora, entre eles.
São o meu mundo,
Minha riqueza.
A cidade é pequena.
Tem um clima de paz que eu nem lembrava
Assusto com a simplicidade da gente
Que transita a rua calma
Todos nos cumprimentam sem rodeios
Alguns param pro dedo de prosa
E tem aquele cafezinho oferecido
Feito no coador de pano e que
Cheira-me a
Coisa boa, querida.
Fico atônita de ver o quão rica sou por tê-los
E que a distância e o tempo longe deles
Só me fez mais carente e necessitada
Desse convívio que nada,
Nenhum lugar no mundo

É capaz de substituir.

Eleni Mariana de Menezes

Conotações




Fotografia de Edemilson



O corpo é humano
A alma é Divina
Que belíssima sina!
O corpo nos engana
A alma é cristalina
É comovente revelar conotações
Meninas.
Menina dos olhos
Fada madrinha.
Também
É relevante destacar
Conotações fêmeas de vida
A própria vida é feminina.
Membrana plasmática
A gravidez
Porém, a mais encantadora que nos remete
Diretamente
E eficazmente ao pensamento
De uma figura delicada é
A encantada
Adocicada
Palavra

MÃE...

Eleni Mariana de Menezes