quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Elo Perdido


Fotografia de Dragana Sarcovic


O elo perdido
Há que ser encontrado
Agraciado com o
Restauro
Se partido
Se descoberto entre os achados
Despedaçado.
Quem dera exista mesmo
E não apenas sonho
Do homem à procura de si mesmo
Não se encontrando
Nas coisas passageiras
À deriva tentando encontrar a nau
Que lhe salve
Do vazio incomensurável
Que moi e destrói seu Eu
Nunca satisfeito consigo mesmo
Menos ainda com o próximo
Tão distante das necessidades dos outros
Sempre esperam mais. Muito mais
Então, jamais será encontrado,
O Elo tão querido
Quem dera fosse possível...
Mas o se o fora não chamaria

Elo perdido.

Eleni Mariana de Menezes

Anônimos Heróis




Tarde que nasce
Com as paredes úmidas
De lágrimas
Dos que pelejam pela vida
Suor de povo humilde
Crescentes no ardor
De batalhas renhidas
Por que é preciso seguir
Em frente
Ser diferente pra conseguir
Sobreviver no mundo hodierno
Não basta ser igual
Cai no habitual e vai direto
Para o curral
Desumano
Que o capitalismo gerou
Fervilhando
De gente miúda
Financeiramente
Sem eira nem beira
Mas gigantes no querer
Por demasiado sofrer

Viram anônimos Heróis.

Ser Mãe


Fotografia: Anna


A mãe
Ri com os olhos
Sorri com as entranhas
Ao ver mão
Pequenina
Delicada
No vão de vir e ir
Da vida
Do tempo
Despontando
Erguendo-se em direção
Ao céu
Como se quisesse alcançar o mundo
Tateando o rosto
Abobalhado de tanta felicidade
Da mãe.
Que Irá segurar-lhe
Mostrar-lhe a direção
Do bom caminho
Do amor
Porque mãe é pra isso
Feita para ninar
Florir a infância
Apaziguar a adolescência
Acalmar o adulto, enfim...
Desbravar caminhos
Ser um ninho
De aconchego.
Doce segredo
Que somente mãe
Traz no gene
Na alma
No coração.



Eleni Mariana de Menezes

Meu Universo




Fotografia de Mercedes Añoto


Minha estrela sempre brilha
No meu céu interior
E perpassa minha alma
Traduzindo espinho em flor.
Meu caminho não desanda
Com as proezas de menina
Só desagua na ciranda
Que troveja minha sina
De eterno encantamento
Com a vida, com o mundo.
É tão nobre o sentimento
É robusto. É fecundo!
Meu viver tem muita vida
Pois fervilha em minhas veias
Alegria incontida
Meu cérebro tecem teias
Se a luta é mais renhida
De mais saber e mais ideias.



Eleni Mariana de Menezes