domingo, 4 de outubro de 2015

Explosões





O riacho soluçou sombrio

Havia sonhado ser um rio

O rio queria ser um mar aberto

O mar sonhava ser deserto.

O deserto pedia ser abismo

O abismo sem nenhum altruísmo

Queria ser o nada devorador de tudo

E o nada emitia um agudo

Bocejar de esperança de virar ao menos

Um riacho inda que pequeno.

Insípido, vagaroso e sereno.

É a vontade da essência que se dilata atrevida.

É a vida que explode dentro de outra vida.

Verdade tão bonita que faz jus ao próprio nome

Até Deus quis ser outro, e nasceu homem

Eleni



Quando nasci








O amor escolheu entre 7,2 bilhões de pessoas
Você e eu pra entrarmos num caleidoscópio
De olhares refulgentes. Tintos do vermelho
Das paixões ardentes.
O amor ordenou que eu atravessasse milhões de
Invernos rigorosos para estar aqui
Neste verão ardente diante do seu olhar
Exigiu que eu permanecesse muda e quieta
Diante das vitrines dos homens deste mundo
Eu não os via. Não os ouvia.
Era uma vivente assexuada e fria
Agora, você me olhou. E então
Aconteceu uma explosão
De querer vivenciar, saborear o amor
E, somente Neste mágico instante...
Que de fato, nasci.

Eleni