sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Amor Divino


Fotografia de Fátima Joaquim


E ando assim,
errante nas estrelas
buscando em outro mundo
meu sonho azul
o meu eterno riso!
E vou, em liberdade pelo espaço
vagando galáxias
suspirando aromas estelares
rosas astrais!
Tenho os meus olhos no infinito
no além da minha mente humana
meu grito é a própria força
eu sou a terra da montanha!
E vou, assim,
distante do meu corpo
deixando a minha alma se esvair
e ela se solta
ganha vida, de mim parte
e ao mais profundo céu etéreo
ganha força! Começa a subir
e sou assim,
cofre dos outros rastros cintilantes
sou camafeu, de estrelas pontilhado
meu riso ofusca o Sol
meu canto adormece a Lua!
E sou errante peregrina
nas trilhas deste espaço eterno
sou mulher, criança, sou menina
no sonho azul do céu.
No colo do Amor Divino.


A.N.I.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Viver




Fotografia de Fátima Joaquim


Sei que viver é um caminhar
a passos lentos
É ter a alma no infinito! Os pés na terra
e os sonhos soltos... aos ventos...

Sei que viver é contemplar o firmamento
é ter o olhar nos astros,
é ser amante, ser amigo do momento
em que o vagar sofrido
na praia deixa rastros!

Sei que viver é esperar na alma a alvorada
É se abrir todo e inteiro; soltar os pensamentos
ouvindo o mar doirando a madrugada
é ir adiante, vencer tantos tormentos!

Sei que viver é
destruir todos os medos
e arrebentar as portas não abertas
É desvendar da vida, os segredos.
É um existir de encantamentos...


A.N.I.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Eu Barco



Fotografia de Odogenira Ferreira

O barco estagna
Não quer mais navegar 
por águas revoltas
Volta aos cais e pára
No tempo.
No estio da vida
A vela não quer mais seguir adiante
Aos sabores dos ventos alíseos
e minuanos
Sofreu tantos revezes
Que agora sangrar não mais
Por mares desconhecidos
Permanece atracado
Preso às correntes 
Definhando
Despedaçando-se pouco a pouco
Pela corrosão da vida.


Eleni

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Cidadania


Fotografia de Pat J


Se não nos doarmos
Não teremos
Nossa alma alva
Não veremos
Nossos filhos repetirem
nossos gestos
Não hemos
De existir inteiros
Cidadãos do bem.

Se não nos doermos
Pelo nosso irmão carente
Pedinte..
Como conhecer a realidade dura
Dos necessitados?
Percebermo a aflição dos migrantes e
Excluídos?
Como
Vermos a vida do alto
Do topo
Da cidadania?!


Eleni

domingo, 18 de dezembro de 2016

Comunhão




Fotografia de Pat J

Quando meus pés fazem voos
pelas noites nas ruas
eu vejo as janelas, portas, casas
sentindo a fria luz do céu,
busco escutar a vida no detrás
das paredes frias
desbotadas pelo dia que fugiu

Às vezes surge um riso
frágil raio
que se oculta sob um choro
ou embaixo da música que
não decifro

Quando meus pés caminham
e levam meu corpo através das ruas
escuto sons, ruídos humanos
que norteiam meus sonhos e ambições
ainda clandestinos no meu sangue
contrabandistas em minha alma
e viajo como se desbravasse o mar
tendo as nuvens como ondas
a noite como navio
o corpo como maré airevir
no oceano dos homens,
água mãe humana
a afogar com afagos
nossas cabeças fartas de portos
fartas de vidas que nunca chegam


Quando anoitece
e meus pés caminham
entre casas e muros janelas e portas
e ruas
sei que estou próximo da vida
em comunhão com os seres
em comunhão com os corpos
em comunhão com o cosmo.


A.N.I.

Kaiamã





Cai a manhã na taba.
Kuyiú e Iabá
Enrolam redes
Sonho curumim ao céu..
No mato cai iapó palpita
Beija a terra
Cria o verde e verte
Do seu coração
O chão.
Kaiamã desce dos céus
É Anjo de Tupã
Pões rios e lagoas
Azul no céu e no sol
Brilhando a manã.


A.N.I.

Miligrama de Verso XXVIII



Fotografia de Patrícia Julienne.

O que fica da vida?

Só saudade

O que nos resta?

Lembranças.

O momento cristaliza

Na mente

O doce instante

Fica retido

Gravado pra sempre

Na gente.


A.N.I.

Miligrama de Verso XXVII


Fotografia de Cristina Richter

Há sempre uma dor
Pra cada amor
Um amor
Pra cada dor
Um odor
Pra cada amor
Um amor
Pra cada odor.
Eternamente dói.
Destrói e
Reconstrói
Um eterno nascedouro
De dores e amores
É a vida.


Eleni

Teus Lábios


Fotografia de Pat J.

A boca cheia
De mil beijos
As curvas dos lábios
acesas
As meninas dos meus olhos
Ficam presas
Nelas
Viajo no pensamento
E coloco sobre elas
Os meus regados
Úmidos de amor
Brasa acesa no instante
Que os meus tocam
As cheias e belas
Dos teus 
Lábios, 
Cobiçadas
Curvas 
Delineadas pelos meus dedos
Trêmulos de amor
De paixão.


Eleni

Ósculo Santo



Fotografia de Fátima Joaquim

Balcão da alma
Amor regado a ósculo Santo
Palavra árvore nascida da magia
Amor que cabe o mar e Roma 
e amo e Omã
Poesia  calma
Do âmago da alma
Então não fora calma
Mas revolta
Total redomoinho
De emoções
Poetisa aflita
Que chora nos versos que não rimam
O amor que o mar não coube
E o Universo teve de se expandir para 
Suportá-lo inteiro.
Amor maior que ninguém
Jamais sentiu.
Quando meus olhos 
Pousaram nos olhos teus.

Eleni