terça-feira, 1 de novembro de 2016

Renovo-me




Fotografia de Anna


Quero cantar novas canções
Dizer palavras nunca ditas
Novas esperanças benditas
Ter um novo coração!
Caminhar novos caminhos
Quero passos inovados
Nova dança do viver
Novo olhar. Novo saber.
Desenhar em minha boca
Riso novo com o frescor
De juventude e encantar
Novas pessoas.
Ter um corpo imaculado
Alma tenra e virginal
Experenciar um novo ser
E encarnar
Um milagroso renascer.
 



Eleni Mariana

Amo. Logo...Existo



Fotografia de Miroca Duarte



E de repente no meio da conversa
Um sorriso
Um olhar mais demorado
Uma palavra escapa sem querer
E põe lenha na fogueira
Do desejo
Não era pra ser assim
Não era mesmo?
Certamente o Universo há de conspirar
Com todos os amores loucos
Que nascem por acaso
Sem nenhuma razão.
E se propagam em chamas devoradoras
Que nos engolem
E nos surpreendem
Assustando-nos como se fora um grito
Da alma para o infinito
Estou amando!

Logo, existo...

Eleni Mariana

Desatino


Fotografia de Patrícia Julienne


Percorro os calabouços da minha alma
Com os pés descalços e pisando em brasas
Ando pelas estradas do meu mundo astral
Flertando fantasias e abrindo as minhas asas.
Florescem nas orlas estrelas e galáxias
E transito por elas imprimindo minhas marcas
Meu grito de amor ecoa no infinito
Sou um ser que se rebela com tudo que é finito.
Quero o gosto da eternidade nas minhas
Entranhas e boca e narinas.
Sorvo o belo tragando em doce espasmo

A vida que flui em mim em desatino.

Eleni Mariana

Junto De Ti

Fotografia de Anna



Quando estou junto de ti
Sou a ardência do fogo
Sou a tocha, sou fogueira.
Sou a água corredeira,
A correnteza bravia.
Sou o grito e o sussurro
Sou o Sol do meio-dia.
Sou uma fêmea delicada
Sou vontade. Sou o cio
Sou a noite enluarada
Sou o canto. O assobio
O entardecer. A madrugada
Sou a fonte. Sou o rio
Sou o mar. O oceano.
Sou a força da maré
O perfume da camélia

Sou menina. Sou mulher

Eleni Mariana 

Depois Da Vida


Fotografia de Anna


Mais um dia na minha vida
À procura de uma estrada
Que me resgate deste nada
Insípido.
Envergo-me a terra.
Quem me dera ela se abrisse
E me engolisse
Penetraria o chão
Estupefata, boquiaberta.
As suas entranhas
Sorveriam a minha solidão.
Deparo-me na beira de um precipício
Buscando verdades
Que não me contradigam
Um medo enorme de descobrir
Que o meu desamparo
Meu desalento
Meu sofrimento
Minha fétida ferida
Seguir-me-ão pro outro lado
Na outra vida.



Eleni Mariana