Eu quero a mesma sorte dos casais que
celebram
O amor em um jantar-cruzeiro com "Marina de Paris",
Descobrindo a
cidade Luz enquanto saboreiam um refinado menu
Para aqueles
que pelejam no Zimbábue em condições subumanas
E se espremem
em minúsculas cabanas
Feitas de barro
Feitas de barro
Com seus
filhos desnutridos e sedentos.
Ir até o
continente africano nem precisa.
Quero essa
mesma sorte rica para os brasileiros
Ensacados
numa bolsa de codinome família.
Esmola que
lhe estendem para lhes comprar o dedo
Qualquer um
deles que vá apertar a tecla
Que garanta
para os do poder o sustento, que sustento!
Tenham
tento...
Uma preciosa
caixa com milhares de aumento
Dois?
É apenas um nome
simples, mas que guarda uma inimaginável
Montanha de
dinheiro.
Que dá até
pra comprar aviões.
E outros, vão
extorquir esfoliar o povão e se refestelarem
Com a barriga
cheia em Planaltos e planícies
Com suas esquisitices
De se autoproclamarem
salvadores da Pátria Amada.
Então eu
quero a sorte dos mandachuvas estendida
Para cá, para
os que ficam do lado de fora do muro das mansões
Para os que
vagam nas ruas
Moram em
casebres
E sobrevivem
de lixões
E se enjaulam
em prisões.
Não vou
aceitar menos, nem para tal
Proponham-me
nada menor do que isto.
E tenho dito.
Autora: Eleni Mariana de Menezes