Meu
coração é um pássaro migratório
Que
quebrou as asas e o bando o abandonou
No
meio de um denso e sombrio pantanal
Cá
debaixo olhando o festival
De
revoadas, chora a solidão num ofertório
Das
penas traiçoeiras que castrou
Seu voo. Sua busca de um lugar revigorante
Pro
acasalamento de corpos e de almas
Já
não basta.
Chorar.
A dor é tão pungente
Que
se alastra
E
ele, se enrodilha e de repente.
Prostrado
se despede da vida.
E
agradece a tristeza tal qual cobra
Que
o devora vivo e o socorre
Do
tédio de ser só
A aguda agonia despedaça e o dobra
Ai, ai, e é com prazer que ele expira e enfim, morre.
Ai, ai, e é com prazer que ele expira e enfim, morre.
Autora: Eleni Mariana de Menezes