sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A LOBA DA ESTEPE




Sabem aquela loba solitária da estepe
Que uiva para a lua em agonia?
Fugiu-lhe o companheiro e recrudesce
A dor.  Eis no chão, já morta, sua cria.

Está sozinha na noite densa e tenebrosa.
O vento sopra seu lamento  à freguesia.
Que não se importa com aquela desditosa
Por não serem pares, lhes negam companhia.

A loba, leitores, sou eu.
A noite, é a vida, longa e sombria.
O companheiro era meu sonho
Que me abandonou no meio às tempestades
Daí, fiquei vazia.
A esperança jaz morta, era tudo que eu tinha.
Minha irmã, minha mãe, minha filha,
Era a cria.

  

Autora: Eleni Mariana de Menezes