Quando
eu era uma menininha
Papai
me carregava ao pescoço.
Ele
era do tamanho da Torre da nossa igreja.
Lá
de cima eu via o mundo fantástico.
Ficava
tudo muito longe de mim.
Eu
ia a balançar as pernas
Manejando
o meu leme, a cabeça de papai.
Quando
ele me punha no chão, gritava:
Agora
veja se me alcança.
Eu
saia dando pulinhos tentando cobrir
Suas
passadas
Sem
jamais conseguir
Também
pudera. Papai era um gigante
Que calçava as botas de sete-léguas.
Que calçava as botas de sete-léguas.
Ele
já se foi pra outra morada
Eu
fiquei aqui com a saudade e a doce lembrança
De
um pequeno pai com um pouco mais de um metro e sessenta.
Autora:
Eleni Mariana de Menezes.