segunda-feira, 27 de abril de 2015

O Choro da mãe Terra





Rasguei a minha carne e engoli meus filhos
Ainda regurgito alguns aflitos,
Outros padecem nas minhas entranhas
Para serem completamente esmagados pelo meu peso insuportável.
Não estável
Devido à movimentação das minhas placas tectônicas.
Que estão à deriva sobre um magma incandescente
Onde sobre elas transita muita gente
E não posso me acomodar indefinidamente
Com a estabilidade da inércia.
Vez ou outra revolvo e fraturo minha coluna
Despedaço-me e fabrico milhões de lacunas
No meu corpo
Num sopro
De morte
E sem mesmo querer
Fazer padecer minhas crias
E depois vou chorar com a garganta do vento
Explodir em lágrimas de amar, o mar
Tentando tragar
A incomensurável dor
Dos padecentes sobreviventes.



Autora: Eleni Mariana de Menezes.

sábado, 25 de abril de 2015

Esperando você




Ter desistido de você não significa que desisti de amar.
Pelo contrário, estar livre me dá asas para namorar quem eu quiser
Flertar, paquerar, jogar o jogo da cobiça
Resumindo, não preciso de você para continuar vivendo.
Você nunca foi meu motivo
Meu amado
Meu amor.
E quer saber mais?
Minto bem demais.
Sou uma mentirosa de carteirinha.
Quer mesmo saber?
Ah, dane-se meu orgulho
Ainda espero por você.



Autora: Eleni Mariana de Menezes.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Boba e insonssa




Não sei por que, mas deixei a minha alma
Pendurada em uma cerca de arame farpado.
No meio de um pasto.
Quando atravessei por ela
Ela quis ficar ali retida naquela morna paisagem
No meio do nada.
E quando estou triste, cansada, desiludida, é lá que eu fico
Paralisada
Sem memória da minha real história
E do porquê de ser são tola e pequena assim.
Talvez que eu sinta a minha vida
Igual àquela nesga de lugar
Boba e insossa.


Autora: Eleni Mariana de Menezes.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Nada




Lá vem a saudade roubar
A minha cor, me desbotar
Mudar meu tom de ouro em amarelo-pálido.
Transmutar minha melodia em uivo lancinante.
Meu tom destoar e aferroar minha garganta
Até que eu grite ou fique muda.
Esvaziar minha alegria, murchar minha euforia
Derrubar-me do pedestal da minha indiferença
E deixar a minha crença
No amor virando nada.
E desobrigada
De crer e de ser.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Tempo...




O tempo o vento e o mar
despertam-me
para que eu possa sentir o
perfume da brisa
brindando a natureza e seus
encantos
com sua nobreza permite que
o sol com seu manto dourado
traga-me a magia do amor
para que nos tornamos apenas um
com sentimentos mágicos.
Com castelos construindo sonhos.
Beija-me diante das estrelas sob
o estigma da paixão
coração batendo forte suspirando
abraçando o desejo
na paz da minha alma que voa ao
encontro de carinho de ternura .
Que os anjos e os seres alados
semeiam a paz e protejam nosso
amor.

┈━═☆ Poetisa Sandra Pires ☆┈━═

Miligrama de verso XX





Podes ir para o outro lado do mundo
Posso nunca mais ouvir falar de ti
Ouvir teu nome.
Jamais te esquecerei.
E olha que já tentei todas as rotas de fuga
Nenhuma surtiu efeito.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

sábado, 4 de abril de 2015

Miligrama de verso XIX




Eu cerrei os olhos pra ganhar teu beijo
Quando me lembrei de abri-los já estavas longe demais na distância e no tempo
Pois,  já eram transcorridas várias décadas
Haja vista a minha saudade do tamanho da eternidade

Autora: Eleni Mariana de Menezes

Ah! O Amor...





Eu dei inúmeras chances para o amor
Que sequer me deu uma única
Desconstruí meus projetos de felicidade a dois
Aprendi a me amar o suficiente pra seguir
Pela vida sem um par
De amor, de brincos, de qualquer outra coisa
Que me transforme em dona.
Tenho o nada por pertencimento de coisas
Mas, porém, me fortaleci em sentimentos
Ainda que solitária, sou um ser de Luz.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Meu pequeno Gigante



Quando eu era uma menininha
Papai me carregava ao pescoço.
Ele era do tamanho da Torre da nossa igreja.
Lá de cima eu via o mundo fantástico.
Ficava tudo muito longe de mim.
Eu ia a balançar as pernas
Manejando o meu leme, a cabeça de papai.
Quando ele me punha no chão, gritava:
Agora veja se me alcança.
Eu saia dando pulinhos tentando cobrir
Suas passadas
Sem jamais conseguir
Também pudera. Papai era um gigante  
Que calçava as botas de sete-léguas.
Ele já se foi pra outra morada
Eu fiquei aqui com a saudade e a doce lembrança
De um pequeno pai com um pouco mais de um metro e sessenta.




Autora: Eleni Mariana de Menezes.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Estação de amores




A vida me esperou
Desobedeceu às regras
Porque eu pedi um tempo no jogo
Fiz de conta que tinha desistido
Varrido
Da minha área
Todas as táticas de guerra.
Menti.
Estou aqui e vou reverter esse estado
Liquidificado. Gaseificado
No pequeno compartimento do meu coração.
Ainda estou na estação
De possíveis amores.
Vou me deleitar com os sabores
De um abraço.
De uma mão na minha mão.


Autora: Eleni Mariana de Menezes

O Amor é mais forte que a morte




Eu vi a terra banhada de vermelho
Com o sangue dos inocentes
E os pedaços de gente espalhados
Como retalhos velhos nos escombros
Das casas destruídas pelas bombas
Pensei, então, comigo: jamais vou amar
Alguém capaz de desencadear tal mortificina
Daí eu pedi para você ordenar o cessar-fogo
Pra que eu pudesse ouvir o som do seu coração.
De humano
E você ordenou, pra minha surpresa.
E desde ai, amo você com a força maior que todas
As causas e motivos e razões
Das vidas ceifadas até hoje na humanidade.
De fato, “o amor é mais forte que a morte”.

Autora: Eleni Mariana de Menezes.


Vento do outro lado da serra




Vento do outro lado da serra
Traz pra mim algum recado dele
Estou sozinha aqui na Terra
E vivo esperando por ele.

Vento que enreda pro mundo inteiro.
Não enredou pro meu amor onde estou.
Espalha pra todos os diversos cheiros.
Ma não me ouve nem me consolou.

Com cheiros que meu olfato adocicaria.
Que minha alma embriagaria
E lavaria todo o pecado.
Enfim eu teria o sonho resgatado.

Vento me deixa ao menos ouvir o que ele diz.
Pois este silêncio me torna ainda mais infeliz.
Essa montanha que não me deixa avistar seu semblante
É muito maior dentro do coração dele inconstante.
Que fique este segredo apenas entre nós.
Preciso ao menos ouvir a sua voz. (dele)
E, se não puder viver, ao menos morrer por ele.


Autora: Eleni Mariana de Menezes.