Rasguei
a minha carne e engoli meus filhos
Ainda
regurgito alguns aflitos,
Outros
padecem nas minhas entranhas
Para
serem completamente esmagados pelo meu peso insuportável.
Não
estável
Devido
à movimentação das minhas placas tectônicas.
Que
estão à deriva sobre um magma incandescente
Onde
sobre elas transita muita gente
E não
posso me acomodar indefinidamente
Com
a estabilidade da inércia.
Vez
ou outra revolvo e fraturo minha coluna
Despedaço-me
e fabrico milhões de lacunas
No
meu corpo
Num
sopro
De
morte
E sem
mesmo querer
Fazer
padecer minhas crias
E
depois vou chorar com a garganta do vento
Explodir
em lágrimas de amar, o mar
Tentando
tragar
A
incomensurável dor
Dos
padecentes sobreviventes.
Autora:
Eleni Mariana de Menezes.