sábado, 10 de outubro de 2015

BEM-TE-VI






Bem-te-vi não vi meu bem
Pelos caminhos que trilhei
Ele deve estar aqui, porém...
Não andou por onde andei

Bem-te-vi vê se me ajuda
É enorme a minha dor
Tudo passa tudo muda
E não vejo o meu amor

Às vezes vivo às vezes morro
É dilacerante a minha dor
Na estrada que eu percorro
Não encontro o meu amor.

Meu desgosto é profundo
Meu pesar causa torpor
Vi, não vi, vi todo o mundo
 Só não vi o meu amor.

Minha pena não é pequena
Meu viver é um constante dissabor
Vi tanta gente, vi o rico o indigente.
Mas, não vi o meu amor.

Eleni

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Meu manacá





O Sol radiante está dentro dos teus olhos

Teu olhar tem a força dos vulcões ativos

Lavas incandescentes que escoam pelas minhas veias

E derretem minha resistência de negar-me tua.

A Lua está no teu sorriso cheio

De promessas de amor com que me acenas

Deixando-me prisioneira e feliz nas tuas redes

Os teus braços são laços de ferro fundido

Quando abarcas meu corpo e fugir nem poderia

Mesmo que quisesse, mas não quero.

A tua boca é o mar mediterrâneo

Que se abre sobre mim e me engole inteira

Sou tragada pelas infinitas ondas

De carinhos da tua essência

Teu cheiro é manacá na madrugada

Exalando um perfume embriagador

Teu nome tem a sonoridade da palavra amor


Eleni

domingo, 4 de outubro de 2015

Explosões





O riacho soluçou sombrio

Havia sonhado ser um rio

O rio queria ser um mar aberto

O mar sonhava ser deserto.

O deserto pedia ser abismo

O abismo sem nenhum altruísmo

Queria ser o nada devorador de tudo

E o nada emitia um agudo

Bocejar de esperança de virar ao menos

Um riacho inda que pequeno.

Insípido, vagaroso e sereno.

É a vontade da essência que se dilata atrevida.

É a vida que explode dentro de outra vida.

Verdade tão bonita que faz jus ao próprio nome

Até Deus quis ser outro, e nasceu homem

Eleni



Quando nasci








O amor escolheu entre 7,2 bilhões de pessoas
Você e eu pra entrarmos num caleidoscópio
De olhares refulgentes. Tintos do vermelho
Das paixões ardentes.
O amor ordenou que eu atravessasse milhões de
Invernos rigorosos para estar aqui
Neste verão ardente diante do seu olhar
Exigiu que eu permanecesse muda e quieta
Diante das vitrines dos homens deste mundo
Eu não os via. Não os ouvia.
Era uma vivente assexuada e fria
Agora, você me olhou. E então
Aconteceu uma explosão
De querer vivenciar, saborear o amor
E, somente Neste mágico instante...
Que de fato, nasci.

Eleni